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O Goebbels "do Bem"

Atualizado: 14 de jul. de 2022

Goebbels e Townsend: o paganismo no lugar do teocentrismo e do antropocentrismo.

Há quase unanimidade nos círculos intelectuais ao se apontar Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda da Alemanha Nazista, como um dos homens mais cruéis da História. Suas teorias e pressupostos são tidos como exemplos magnos do "discurso de ódio", que servem para ligar o hitlerismo a quaisquer pessoas cujos princípios contrariem o discurso politicamente correto em vigor — rótulo perfeito para demonizar adversários do totalitarismo moderno. Mas nem todos os pensamentos do ideólogo nazista são tidos como perniciosos pela mídia mainstream e o meio acadêmico. Aliás, alguns são seguidos à risca.


Em 1967, no auge da revolução cultural nos campi do Ocidente, o historiador norte-americano Lynn Townsend White Jr. escreveu um ensaio chamado: “As Raízes Históricas da Nossa Crise Ecológica”, que se mostraria influente e hegemônico nas décadas seguintes. Townsend argumentou que os valores do cristianismo e do judaísmo eram responsáveis ​​pelos desastres ecológicos e mudanças climáticas. O ensaio foi adaptado e replicado pelos intelectuais da época, tornando-se, ironicamente, quase um dogma para as gerações seguintes. O ponto central da argumentação de Townsend é:


“A vitória do cristianismo sobre o paganismo foi a maior revolução psíquica da história da nossa cultura. […] Ao destruir o animismo pagão, o cristianismo tornou possível explorar a natureza em um clima de indiferença aos sentimentos dos objetos naturais.”[1]

O pensamento do historiador norte-americano, que foi professor das universidades da Califórnia, Princeton, Stanford, colocou a natureza no altar de adoração da imprensa e dos intelectuais, sendo difundido e replicado em milhares de artigos e livros. Em lugar do teocentrismo e do antropocentrismo, o culto pagão à natureza seria a palavra de ordem. O progresso e o bem-estar da Humanidade deveriam estar sujeitos à pauta ambientalista e seus "profetas". Contudo, a tese de Townsend não é original. Ninguém menos que Goebbels escreveu o mesmo, usando outras palavras, menos de três décadas antes:


"O Fuhrer é profundamente religioso, embora completamente anticristão. Ele vê o cristianismo como um sintoma de decadência. Com razão. É um ramo da raça judaica. Isso pode ser visto na similaridade de ritos. Ambos (judaísmo e cristianismo) não têm ponto de contato com o elemento animal e assim, no final, ambos serão destruídos. O Führer é um vegetariano convicto por princípio”. [2]

Curiosamente, as similaridades entre o pensamento de Townsend e de Goebbels passaram quase incólumes pelo crivo dos acadêmicos e da grande imprensa. Ao que tudo indica, segundo a crença pagã vigente na maior parte das universidades do Ocidente, e do fanatismo cego dos seus acólitos na mídia, existe um “Goebbels do Mal” e um “Goebbels do Bem”.

Conforme escreveu o filósofo francês Pascal Bruckner em seu livro O fanatismo do apocalipse: salve a terra, castigue os seres humanos, o movimento atual tem todos os adornos de uma religião: santos, pecadores, um fim providencial, medo apocalíptico, punição e penitência. Parece que os filhos do imperador Constantino claramente falharam em civilizar suas gerações futuras. Os bárbaros pagãos do norte estão circulando do lado de fora da cidadela.[3]

No âmago dessa questão há um conflito tão antigo quanto a Humanidade. As forças das trevas trocaram de denominação com o passar do tempo, mas seu sentimento original permaneceu imutável: o ódio à criação divina.


 

[1] Lynn Townsend White, Jr. The Historical Roots of our Ecological Crisis. Disponível em:

[2] H. Hamilton, The Goebbels Diaries, 1939-1941, p. 77.

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